O fio de vida estava a minha frente, movendo-se com tamanho esforço,
Uma luta silenciosa, travada com suor e muito custo,
Transpor imensas paredes, transpor os próprios muros,
Levantar-se contra você mesmo, duelo ferrenho,
Golpes desferidos, katanas mentais, agilidade de samurai,
Físico, mental, veloz e denso, sabes onde atingir,
Minha razão, meu coração, minhas filosofias, meu ego,
Orgulho sangrando, apatia invencível, mesmice,
Outro round, levanto-me, irei vencer!?
Rajadas de amargura, kimono de lembranças,
Ao vestir-me incorporo fantasmas antigos,
Mas devo lutar assim mesmo, devo vencer,
Palavras me sussuram aos ouvidos: você pode!
Pergunto-me então: Eu quero?
Quero transpor, quero pagar tal preço?
Esmoreço, colado a minha pele estão memórias,
Decisões errôneas, atalhos mal escolhidos,
Quero voltar a ser eu! Quero destronar você que me encara a cada dia,
Luzes se apagam, teto de trevas no céu, poderes maiores...
Sou um tesouro? Um remanescente? Uma aposta?
Todo meu clã desfaleceu, rendeu-se, corrompeu-se...
Por que eu? O que tenho? Programado estou?
Passado, presente e futuro estão pré-concebidos?
Elos se fazem,desfazem,arcamos pelo que não fizemos...
Clones mal feitos de histórias alheias, decisão é poder!
Meu corpo está cansado: hematonas, feridas, suor e sangue,
Minha mente trabalha em velocidade imensurável, num anseio otimista,
Impulsionando-me, não olhar a dor e sim desenvolver o aprendizado,
Olhos fechados, mente aberta, neste tatame infinito continuo...
Gladiador de mim.
By Kamui - Dez/2007
