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domingo

Minhas Flores


Tenho duas flores,
Pena não serem eternas.
Ah, se a beleza e as flores, eternas fossem!

Não as vi florescer,
Mas sei de quem as cuidou com amor.
Sei do quão carinhosamente foram tratadas.

Aproximei-me delas entremeios as águas de Janeiro,
Fui logo amadrinhado por uma delas.
Recebi o carinho materno e próximo da outra.

Uma tem o nome de camponesa,
Luminosa é o nome da outra.
Ambas, quando juntas, crianças parecem,
Apesar da reluzente serenidade.

Amá-las, escolha não foi!
Amar, escolha nunca é.
A beleza delas! Quem dera ser eterna,
Mas as flores efêmeras são.

Embora passagem breve tenham elas,
Só Deus e ambas sabem o que já viram,
Presenciaram e perderam.
Amores, momentos, pessoas queridas.

Todos guardados em caixinhas especiais,
Dentro de seus seres únicos.
Antes de partirem quero que vejam este rascunho.
A maneira que tenho eu de declarar,
O amor que por elas tenho.

Mr. Deep Primavera/2009

Passado presente

Se pudesse eu, entender o que estas árvores falam,
Com certeza ouviria algo semelhante a:
- Lá vai novamente!
Aquele que com seu amor diferente,
Muito fez sofrer a divina flor da praça.

Embora passe por lá, menos de três vezes ao ano hoje em dia,
Já fiz daquele local e daquelas mesmas jovens árvores, testemunhas de meu amor.
Passar por elas faz-me feliz, por serem elas um memorial,
Carregado de sentimentos diversos,
Que talvez, possa eu exprimir nestes versos.

Ocorreu frente a elas nosso primeiro beijo trocado,
Beijo este, que marcou o inicio de nossa relação.
Despedidas realizavam-se ali,
Beijos e juras de amor também eram freqüentes.

Um saudoso ar envolve-me!
Faz com que meus passos avoados de sempre exitem.
Há uma inconsciente vontade de olhar e admirar.

Basta! Sigo, pois bem sei que nada alterará o que passou!
Continuo a seguir meu caminho de amores incompreensíveis,
Que dia-a-dia vão se aglomerando.

Costumo dizer que crio um novo amor,
Ao menos uma vez ao dia.
Para aqueles que crêem, muito obrigado.
Aos que duvidam, boa sorte.


Mr Deep – Novembro/2009

terça-feira

Veron

Verônica

Ao primeiro olhar um pequeno floco de neve, único em sua geometria,
Vulcão adormecido, ímpeto e vontade de barrar o fluxo da lava ardente,
Fixa ou livre? Sempre viajando num tapete mágico, com destinos ainda incertos,


Um mero olhar que me remete a um pequeno floco de neve,
Pequeno e único em sua geometria.
Como um vulcão adormecido, alto, robusto.
Ímpeto e vontade de barrar o fluxo da larva ardente.
Fixa ou livre?
O tapete mágico, meio de transporte.
Certezas ou incertezas?
O destino pouco importa, eu busco a plena felicidade.


Doug

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Simplesmente você

Simples como respirar,
Original como deve ser.
Bela como o Luar,
Sublime como o céu ao entardecer.

Segue assim, sem buscar demais riscos.
Apesar de encontrá-los em meio à Via Láctea.
Segue assim sempre, simples como é.
Distante de superficiais definições.

Apresenta imagem normativa.
Imagem esta, que nunca a definirá!
Se passares muito rápido, não perceberá,
Mas se acaso parar.
Cuidado!
Para não se apaixonar.


Vand

(09/05/2007)

Sentido II

Nesta minha quarta primavera, consigo ouvir minha voz dissonante,
Foneticamente eu faço o uso incorreto das letras.
Ora troco bê por vê e vice-versa.
Ora Faço a troca dos éles pelos érres.
Faço facilmente o Rio Tietê tornar-se diferente do conhecido.
Consigo tornar as vacas seres diferentes também.

Com isso, fica clara minha dificuldade de pronunciar as palavras,
Embora fisicamente eu não me pareça em nada com o cebolinha.
Minhas palavras fazem com que as pessoas me apelidem de tal forma.

Continuo minha pronúncia errônea, porém consigo apreciar aquilo que ouço.
Sei que muitos neste mundo preferem se apegar àquilo que conseguem tatear.
Estes podem ficar com o carro, com os papeis moeda e com as roupas.
Eu prefiro ficar com tudo que meus olhos sentem,
Meus ouvidos tocam e que minhas mãos ouvem.

Mr Deep.

Busca

Busco algo impossível de se visualizar a olho nu.
Algo que não sei ao certo o que é,
Feriram meu âmago, sinto queimar algo familiar dentro de mim.
Volto, vejo que não é algo bom de sentir.
Encontro-me agora entusiasmado. Com o que? Não sei.

Olho pra ti e sinto que você não é mais o mesmo de tempos atrás.
Agora você encontra-se no ápice,
Indo ao encontro de sua serenidade.
Continue assim, não perca o foco.

Não deixe de sonhar, pois o sonho alimenta o ser humano.
Entretanto ainda há bons motivos pra lutar,
Mas não basta só sonhar.

Ainda há pouco vi você sorrir,
Dizem que quem ri muito, parece bobo. Discordo.
Acredito no sorriso. Ele é a janela da alma.

Mr Deep.

Janela que escancara ou extravasa o interior, a luz chamada alegria que não se contém no receptáculo chamado alma,

O sorrir pode ser uma cura para a angústia e frivolidade de nossos dias, um escape perfeito em meio às lágrimas constantes de Gaia.
Parece-me que o ser/indivíduo paspalhão/risonho, permanentemente vive acompanhado por devaneios, um complemento necessário para sua sobrevivência.

Kamui (07/05/2007)

sábado

Olhar nostalgico

Observo piamente o local que ocupei,
Deveras para trabalhar e tambem como refugio.
Durante um curto periodo, porém intenso.
Onde muitos sorrisos e risos me acompanharam.

Procuro por resquicios deste passado não muito distante,
Que logo sem perceber resurgem em minha retina.

Pessoas e gestos familiares,
Que sem duvidas estão encriptados em minha epiderme.
Seus risos e sorrisos ainda brotam com sutil naturalidade,
Para um alguém, que compartilhou momentos
Que se fazem eternos em nossa alma.

Movimentos e falas se repetem continuamente,
Mostrando o quão belo é poder respirar e ter forças
Para viver e presenciar.

Minha linda diva continua mostrando-se forte em sua labuta,
Frente a velha tela da tecnologia e seu teclado-amigo.
Logo, mais e mais personagens deste teatro,
Que a vida é, e que estão eternizados em meus sentimentos
Surgem e refazem minha memória.

Sinto-me novamente vivo!
Dentro de um espaço e tempo,
No qual encontro-me ausente pelos caminhos traçados na vida.
Farei deste dia, mais um dos eternos momentos
Desta minha trajetória neste palco divino.

Mr Deep

sexta-feira

Sentido

Quem dera eu, ver apenas tridimensionalmente.
Apenas o que o globo ocular alcança.
Poderia talvez, livrar-me desta dor que me tens.
Bom tambem, seria talvez,
Rir quando esta dor insistente vem.

Pudera eu, ter levado a vida como o joao?
Feliz, sorrindo e chorando, bebendo, fumando.
Quisera sim, ter levado a vida como o joao.
Feliz, trabalhando e andando, namorando, casando.

Nao invejo quem tens!
Mas muito queriria, poder deitar
E na longa noite descansar.
Assim quando acordado poderia sonhar!

Lembrar-me-ia daquilo que deixei por temor,
Esquecer o que guardei temendo.
Amores que deixaram-me por amor.
Amores que ficaram pela dor.

Mr Deep

quarta-feira

Dama do Jantar



Tua beleza singela e discreta,
Nem a mais grotesca careta, pode ofuscar.
Ao ver-te passar, faz com prazer,
A refeição que temos diariamente, degustar.
De largo sorriso e alva pele,
Esta é a dama que nos dá a honra de por perto sentar.

A ti, ó dama!
Ofereço a luz do luar e esta simples trova,
Mesmo sabendo que tu jamais saberás, deste que a ama.
Almejo que perdure, o quanto puder,
A distancia existente entre nós.
Para que eu possa apreciar a intangibilidade deste amor.

Para ti, formosa dama!
Quero registrar neste honesto e simples rascunho,
A beleza exalada de tua pele e que clara é
Para aqueles que tem o prazer de perto tê-la.

Agora divina dama,
Que dedicou a esta trova o privilegio da apreciação.
Desejo de coração que nos acompanhe diariamente,
Nesta hora tida para refeição.

Mr Deep.
Primavera de 2009

Imagem: Salvador Dali/ FACE OF MAE WEST 1935